domingo, 10 de novembro de 2013

Virgem, o 6º Trabalho de Hércules

        “A tomada do cinturão de Hipólita” - A preparação do discípulo, a  primeira iniciação

   Este trabalho leva Hércules até as praias onde vivia a grande rainha, que reinava sobre todas as mulheres do mundo então conhecidas. Elas eram suas vassalas e guerreiras ousadas. Nesse reino não haviam homens, só as mulheres reunidas em torno da rainha, Hipólita. A ela pertencia o cinturão que lhe fora dado por Vênus, a rainha do amor. Aquele cinturão era um símbolo da unidade conquistada através da luta, do conflito, da aspiração, da maternidade e da sagrada Criança para quem toda a vida humana esta verdadeiramente voltada. “Ouvi dizer:”, disse Hipólita às guerreiras, “que está a caminho um guerreiro cujo nome é Hércules, um filho do homem e no entanto um filho de Deus; a ele devo entregar este cinturão que uso. Deverei obedecer a ordem, oh Amazonas, ou deveremos desobedecer a palavra de Deus”? Enquanto as Amazonas refletiam sobre o problema, foi passada uma informação dizendo que ele se havia adiantado e estava lá, esperando para tomar o sagrado cinturão da rainha guerreira. Hipólita dirigiu-se ao encontro de Hércules. Ele lutou com ela, combateu-a, e não ouviu as palavras sensatas que ela procurava dizer. Arrancou-lhe o cinturão, somente para deparar-se com as mãos delas estendidas e lhe oferecendo a dádiva, oferecendo o símbolo da unidade e do amor, de sacrifício e fé. Entretanto, tomando-o, ele matou quem lhe dera o que ele exigira.
   Enquanto estava ao lado da rainha agonizante, consternado pelo que fizera, ele ouviu a voz do Mestre que dizia: “Meu filho, por que matar aquilo que é necessário, próximo e caro? Por que matar a quem você ama? A doadora das boas dádivas, guardião do que é possível? Por que matar a mãe da Criança sagrada? Novamente registramos um fracasso (recorde-se da morte de Abderis no 1º Trabalho). Novamente você não compreendeu. Ou redimirá este momento, ou não verá mais a minha face”. Hércules partiu em silêncio deixando as mulheres lamentando a perda da liderança e do amor. Quando ele chegou às costas do grande mar, perto da praia rochosa ele viu um monstro das profundezas trazendo presa as suas mandíbulas a pobre Hesione. Seus gritos e suspiros elevaram-se aos céus e feriram os ouvidos de Hércules, perdido em remorsos e sem saber que caminho seguir.
   Dirigiu-se prontamente em sua ajuda quando ela desapareceu nas cavernosas entranhas da serpente marinha, mas esquecendo-se de si mesmo, Hércules nadou até o monstro e desceu até o fundo de seu estômago onde encontrou Hesione. Com sua mão esquerda ela o agarrou e sustentou junto a si, enquanto com sua espada ele esforçou-se para abrir caminho para fora do ventre da serpente até a luz do dia. E assim ele a salvou, equilibrando seu feito anterior de morte. Pois é assim a vida: um ato de morte, um ato de vida, e assim os filhos dos homens, que são filhos de Deus, aprendem a sabedoria, o equilíbrio e o caminho para andar com Deus.
   Este trabalho está associado a Virgem, signo onde a consciência crística é concebida e nutrida através do período de gestação até que por fim em Peixes, o signo oposto, o salvador mundial nasce.
   Nota-se que nos dois Trabalhos onde Hércules vence, são os dois onde ele se saiu mal justamente com seus opostos femininos, as éguas bravias e a rainha das Amazonas.
   Assim a guerra entre os sexos é de origem antiga, está inerente na dualidade da humanidade. O primeiro passo para a espiritualidade, a alma é chamada de filha da mente, e Virgem é regida por Mercúrio, que leva a energia da mente.
   Foi este pecado o maior de toda a sua peregrinação, o que Hércules cometeu em Virgem, quando ele não compreendeu que a rainha das Amazonas devia ser redimida pela unidade, não morta.
   Ainda cometemos o erro de Hércules, quando esquecemos que o triângulo da Trindade é um triângulo equilátero com todos os ângulos sendo de igual importância para a consumação do Plano Divino. É em Virgem, após a completa individualização em Leão, que o primeiro passo para a missão do espírito na matéria é dado, a subordinação da vida da forma à vontade do Deus que nela habita.

Bibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey

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