sábado, 9 de novembro de 2013

Leão, o 5º Trabalho de Hércules

  “A morte do Leão de Neméia” - Aprender a usar o poder e a coragem

   Hércules descansando de seus trabalhos, desconhecia a próxima prova. Sentia-se forte e passava os dias perseguindo a corça sagrada até o templo do Senhor. Chegou um memento em que a tímida corça conheceu bem o caçador que a perseguia, e mansamente submeteu-se ao seu comando.
Assim, muitas e muitas vezes, ele carregava-a junto ao coração e dirigia-se ao templo do Senhor. Assim descansava o nosso herói.
   Foi então que lhe enviaram o 5º Trabalho e para executá-lo, Hércules armou-se até os dentes, enquanto os Deses observavam-lhe os passos e as mãos firmes e o olhar decidido. Porém, no fundo de seu coração havia dúvida. “Que estou fazendo aqui”? Disse ele. “Qual é a prova, e por que razão estou assim armado”? Soou um chamado, oh Hércules, um chamado de profunda angustia. Seus ouvidos externos não responderam a esse chamado, e contudo, o ouvido interno conhece bem as necessidades, pois ouviu uma voz, sim, muitas vezes, falando-te da necessidade e incitando-te a ousar mais. O povo de Neméia procura tua ajuda, eles estão sofrendo muito. Notícias de tuas proezas se espalharam. Eles te procuram para que mates o leão que devasta sua terra e vítima seus homens”. “É dele este som selvagem que eu escuto? É o rugido de um leão atravessando o ar que estou ouvindo”?, perguntou Hércules. E o Mestre respondeu-lhe: “Vai. Procura o leão que devasta as terras que se estendem além.   O povo desta terra vive silenciosamente a portas fechadas, não ousam sair para as suas tarefas; não cultivam a terra, não semeiam. De norte a sul, de leste a oeste ronda o leão, e nessa ronda furtiva apodera-se de todos os que cruzam o seu caminho. Seu terrível rugido é ouvido durante a noite e todos tremem por trás das portas trancadas. Que farás tu, Hércules”? E Hércules, o ouvido atento, respondeu à necessidade. Sobre o caminho ele depositou suas armas, retendo para seu uso o tacape que cortara com suas próprias mãos de uma tenra e verdejante árvore.
   Ele acreditava que o belo conjunto de armas tornavam-no pesado e retardariam seus passos. Não precisaria de nada mais, a não ser o seu forte tacape, e como ele e o seu coração destemido, caminharia a procura do leão. Mandou avisar o povo de Neméia que estava a caminho e disse que expulsassem o medo de seus corações.
   Hércules andou muito procurando o leão. Encontrou os habitantes de Neméia escondidos atrás das portas fechadas, a não ser por alguns poucos que se aventuravam a sair, movidos pela necessidade ou pelo desespero. A princípio aclamavam Hércules com júbilo, depois com dúvidas ao verem que ele estava desarmado. Diziam-lhe que fosse buscar suas armas porque o leão era perigoso e forte, porém ele não lhes respondia e continuava seguindo o rastro e o rugido do leão. Perguntava aqui e ali onde estava o leão e alguém lhe disse que o havia visto perto de sua toca e Hércules para lá se dirigiu, com medo, mas destemidamente; sozinho, contudo não solitário, pois haviam outros que acompanhavam seus passos, esperançosos. Repentinamente, ele viu o leão, que ao ver Hércules como um inimigo que não demonstrava medo, rugiu violentamente fazendo tremer as árvores. Hércules correu ao encontro do leão, gritando loucamente. O animal parou estupefato diante de uma proeza que ele jamais vira, pois Hércules continuava avançando. De repente o leão deu meia volta e correu, à frente de Hércules e desapareceu misteriosamente. Hércules vasculhou todo o Caminho cuidadosamente até que descobriu uma caverna de onde partiu um trovejante rugido. Ele penetrou na caverna escura e saiu do outro lado, para a luz do dia, sem encontrar o leão. Ali parado ouviu o leão às suas costas, na a sua frente. “Que farei”? pensou, “esta caverna tem duas entradas e enquanto eu entro por uma, o leão sai por outra e entra por aquela por onde acabei de passar. Que farei”? “Não tenho armas. Como matar o leão para salvar o povo de suas garras? Que farei?”
   Enquanto pensava, olhava ao redor buscando uma solução e ouvia o rugido do leão. Então viu algumas pilhas de toras e gravetos em profusão. Puxou-os e arrastou-os com toda a sua força, bloqueou ambas as saídas, encerrando-se a si próprio e ao leão dentro da caverna. Com as mãos nuas agarrou o leão, prendendo-o ao seu próprio coração, apertando-lhe o pescoço. O hálito do leão queimava-lhe o rosto, mas sem afrouxar suas mãos mantinha-o preso. Os rugidos tornaram-se cada vez mais débeis, seu corpo amolecia e escorregava. E assim, sem armas, com suas próprias mãos e sua própria força, ele matou o leão, tirou-lhe a pele e mostrou ao povo do lado de fora da caverna. /em triunfo, Hércules retomou ao seu Mestre, depositou a pele do leão ao seus pés e teve permissão para usá-la em substituição à velha e gasta pele que usava.
   Este trabalho se associa ao signo de Leão. O 5º Trabalho, o quinto signo. Este é o trabalho mais conhecido de Hércules e se distingue por ser o de número cinco, que contém em si mesmo um profundo significado.
   No ponto de vista do ocultismo, o número cinco representa o homem, porque o homem é um divino filho de Deus, mais o quaternário que consiste na sua natureza quádrupla inferior; o corpo mental, o corpo emocional, o corpo vital e o corpo físico.
   Em Áries, a alma tomou para si o tipo de matéria que lhe permitiria entrar em relação com o mundo das ideias. Revestiu-se de um envólucro mental. O homem tornou-se alma pensante. Em Touro, fez o contato com o mundo do desejo e seguiu-se um processo idêntico. Fez contato com o mundo do sentimento e da emoção e o homem tornou-se uma alma pensante. Em Gêmeos foi construído u8m novo corpo de energia vital, através da reunião das energias da alma e da matéria, e o homem tornou-se uma alma vivente. Em Câncer, que é o signo do nascimento físico e da identificação da unidade com a massa, o trabalho da encarnação foi completado e a natureza quádrupla manifestada. Mas é em Leão que o homem se torna a “estrela de cinco pontas”, pois essa estrela é o símbolo da individualização, da sua humanidade, do ser humano que sabe que é um indivíduo e toma consciência de si mesmo como “Eu”. Aqui a relação entre o Quinto Mandamento com o Quinto Trabalho e o quinto signo torna-se clara: “Honra teu pai e tua mãe para que teus dias se tornem longos na terra que o Senhor, teu Deus, te deu”, pois em Leão, o Pai-Espírito e a Mãe-Matéria se unem no indivíduo e dessa união resulta aquela entidade consciente que é a alma. Leão é também o signo no qual o homem autoconsciente começa seu treinamento para a iniciação. Quando o trabalho deste signo termina, começa o treinamento específico da iniciação, em Capricórnio.

   O Leão de Neméia representa essencialmente a personalidade coordenada, dominante. Aqui o aspirante, o Leão de Judah, tem que matar o leão de sua personalidade. Tendo emergido da massa, e desenvolvido a individualidade, ele tem que matar aquilo que criou; tem que tornar inútil aquilo que fora grande agente protetor até o tempo atual. O egoísmo, o instinto de autoproteção, tem que dar lugar ao altruísmo, que é literalmente a subordinação do ego ao todo.

Bibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey    

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