sábado, 16 de novembro de 2013

Aquário, o 11º Trabalho de Hércules


“A limpeza dos estábulos de Augias” - Limpeza e purificação, usando a água, preparando o encerramento do ciclo


   O Mestre chamou Hércules e disse: “Onze vezes a roda girou e agora estás diante de outro Trabalho. Por muito tempo perseguistes a luz que tremeluzia, primeiro de maneira incerta, depois aumentando até se tornar-se um firme farol, e agora brilha para ti como um sol brilhante. Agora volta tuas costas para o brilho, volta tuas costas para o brilho, inverte teus passos para Augias, cujo reino deve ser limpo do antigo mal”. E Hércules saiu a procura Augias, o rei.
   Quando ele se aproximou do reino que Augia governava, um terrível mau cheiro que o fez quase desmaiar, feriu suas narinas. Durante anos, ficou sabendo, o Rei Augias jamais fizera limpar o excremento que seu gado deixava nos estábulos reais. Então os pastos estavam tão adubados que nenhuma colheita crescia. Em consequência, a pestilência varria o país, devastando vidas humanas. Hércules dirigiu-se para o palácio e procurou pelo próprio Augias. Informado de que Hércules vinha limpar os fétidos estábulos, Augias confessou sua dúvida e descrença dizendo: “Dizeis que farás esta imensa tarefa sem recompensa? Não confio naqueles que anunciam tais bazófias. Hás de ter algum plano astucioso que arquitetastes, oh Hércules, para me roubar o trono. Jamais ouvi de homens que procuram servir ao mundo sem recompensa. Nunca ouvi. A esta altura, contudo, eu de bom grado acolheria a qualquer tolo que procurasse ajudar. Mas deve ser feito um trato para que não zombem de mim como sendo um rei bobo. Se tu, em um único dia, fizeres o que prometeste, um décimo de todo o meu rebanho será teu, mas se fracassares, tua vida e teus bens estarão em minhas mãos. Não penso que possas cumprir tuas bazófias, mas podes tentar.
   Hércules então deixou o rei. Ele vagou pela pestilenta área, e viu uma carroça passar empilhada com cadáveres, vítimas da pestilência. Dois rios, ele observou, o Alfeu e o Peneu, fluíam mansamente pela vizinhança. Sentado a beira de um deles, a resposta para seus problemas lhe veio à mente como um relâmpago. Com determinação e força ele trabalhou. Com enorme esforço ele conseguiu desviar ambas as correntes dos cursos seguidos por séculos. Ele fez com que Alfeu e Peneu desviassem suas águas através dos estábulos e aceleradas limparam a imundice por tanto tempo acumulada. O reino foi limpo de toda fétida treva. Em um dia foi cumprida a tarefa impossível.
   Quando Hércules, bastante satisfeito com o resultado, voltou a Augias, este franziu a testa e disse: “Conseguistes êxito com um truque”, berrou de raiva o Rei Augias. “Os rios fizeram o trabalho, não tu. Foi uma manobra para tirar meu gado, uma conspiração contra meu trono. Não terás uma recompensa. Vai, sai daqui ou mandarei decapitar tua cabeça!” O enraivecido rei assim baniu Hércules e o proibiu de voltar ao seu reino, sob pena de morte imediata.
   Hércules cumpriu a tarefa que lhe tinha sido dada e voltou ao Mestre que disse: “Tu te tornaste um servidor mundial. Avançasses ao recuares, viestes a casa da luz por outro caminho, gastastes a tua luz para que a luz dos outros pudessem brilhar. A joia que o décimo primeiro trabalho dá é tua para sempre.” Hércules sendo iniciado, deveria fazer três coisas, que podem ser resumidas como as características principais de todos os verdadeiros iniciados. Se não estivessem presentes em alguma medida, o homem não é um iniciado. A primeira é o serviço impessoal, que não é o serviço que prestamos porque nos dizem que o serviço é o caminho de libertação, mas o serviço prestado porque nossa consciência não é mais centrada em nós. Não estamos mais interessados em nós mesmos e sim, nossa consciência sendo universal, nada há a fazer, senão assimilar os problemas de nossos semelhantes e ajudá-los. Para o verdadeiro iniciado isto não é esforço. A segunda é o trabalho grupal que é permanecer sozinho espiritualmente na manipulação dos assuntos pessoais, esquecendo completamente de si mesmo, do bem-estar do particular em prol da humanidade, a qual está associado. A terceira é o autossacrifício que significa tornar o ego sagrado, Isto lida com o ego do grupo e o ego do indivíduo, este é o trabalho do iniciado.
   Este Trabalho está associado ao signo de Aquário. Cada um de nós é um animal do rebanho de Augias, e os estábulos onde os animais viviam não foram limpos por trinta anos. Trinta é o três multiplicado por dez, três é o número da personalidade e o dez é o número da complementação. Hércules rompeu todas as barreiras, que é a primeira coisa que deve acontecer na Era de Aquário, que significa que devemos começar a pensar em termos amplos, deixar de sermos exclusivos. Cultivemos o espírito de Aquário de deixar as pessoas livres, cultivemos a capacidade da confiança, eliminemos a desconfiança de todos os que nos ligarmos, creiamos neles e eles não nos decepcionarão. Se imputamos a eles motivos errados, eles nos trairão e esta falta será nossa. Sejamos tão leais quanto pudermos com a luz que temos. Cultivemos o espírito de Aquário, da não separatividade, do amor, da compreensão, da inteligência, livres da autoridade, buscando tirar de cada ser humano com quem nos deparamos, o melhor que nele existe.
   Aquário já foi referido como o “signo de João Batista”, em termos do iniciado. Se fizermos tudo o que pudermos neste tempo, cumpriremos a função de João Batista preparando o caminho para aquele extraordinário acontecimento que terá lugar individualmente quando a humanidade compreender a própria grande vitória e der um passo para frente e para o alto.



Bibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules – Alice A. Bailey

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