domingo, 17 de novembro de 2013

Peixes, o 12º Trabalho de Hércules

“A captura do gado vermelho de Gerião” - A transcendência da animalidade, a salvação

  
 O Mestre chamou Hércules e disse-lhe: “Tu agora estás diante do último Trabalho. É o que falta para que o ciclo seja completo, e a liberação conquistada. Vai até aquele lugar sombrio chamado Eritéia onde a Grande Ilusão está entronizada, onde Gerião, o monstro de três cabeças, três corpos e seis mãos é rei e senhor. À margem da lei ele mantém um rebanho de gado vermelho-escuro. De Eritéia deves trazer até nossa Sagrada Cidade, este rebanho. Cuidado com Euritião, o pastor, e seu cão de duas cabeças, Ortus”. E depois de uma pausa continuou: “ Mais um aviso posso dar, invoca a ajuda de Helio.” Hércules partiu e no templo fez oferendas a Helio, o deus do fogo e do sol. Por sete dias Hércules meditou, e depois mereceu dele um favor. Um cálice dourado caiu no chão aos seus pés. Ele sentiu no seu íntimo que este objeto brilhante o capacitava a cruzar os mares para alcançar o país de Heritéia. E assim foi. Sob a segura proteção do cálice dourado, ele velejou pelos mares agitados até chegar em Heritéia.
   Numa praia daquele país distante, Hércules desembarcou. Não muito longe dali ele chegou a um pasto onde o gado vermelho-escuro pastava. Era guardado pelo pastor Euritião e pelo cão de duas cabeças, Ortus. Quando Hércules se aproximou, o cão lançou-se como uma flecha para ele, rosnando ferozmente, tentando alcançá-lo. Com um golpe decisivo Hércules derrubou o monstro. Então Euritião, amedrontado pelo bravo guerreiro que estava diante, suplicou para que sua vida fosse poupada. Hércules concedeu-lhe o pedido. Conduzindo o gado vermelho sangue adiante dele, Hércules voltou sua face para a Cidade Sagrada. Ainda não estava muito longe daquelas pastagens quando percebeu que o monstro Gerião vinha em louca perseguição. Logo Gerião e Hércules estavam face a face. Exalando fogo e chamas de todas três cabeças simultaneamente, o monstro avançou sobre ele. Esticando bem seu arco, Hércules lançou uma flecha que parecia queimar o ar e que atingiu o monstro em seu flanco. Tamanho foi o ímpeto com que fora lançada que todos os três corpos de Gerião foram perfurados. Com um guincho desesperado, o monstro oscilou, depois caiu, para nunca mais se levantar. Hércules conduziu, então, o lustroso gado para a Cidade Sagrada. Difícil foi a tarefa. Volta e meia alguns bois se desgarravam, e Hércules deixava o rebanho para procurar aquelas cabeças que se perdiam. Através dos Alpes ele conduziu o seu rebanho, até a Halia.
   Onde quer que o mal houvesse triunfado, ele golpeava as forças do mal com golpes mortais, e corrigia a balança em favor da justiça. Quando Eryx, o lutador, o desafiou, Hércules o derrubou tão vigorosamente que ele permaneceu caído. Novamente quando o gigante Alcioneu lançou sobre Hércules uma rocha que pesava uma tonelada, ele a deteve com sua clave e a mandou de volta, matando o agressor. Às vezes ele perdia seu rumo, mas sempre se voltava , refazia seus passos, e prosseguia. Embora exausto por este cansativo trabalho, Hércules por fim voltou. Quando chegou o Mestre que o esperava, disse-lhe: “A joia da imortalidade te pertence. Por estes Doze Trabalhos tu superastes o humano e te revestiste do divino. De volta ao lar vieste, para não mais partires. No firmamento estrelado o teu nome será escrito, um símbolo para os batalhadores filhos dos homens, de seu imortal destino. Os trabalhos humanos estão encerrados, tua tarefa Cósmica começa”.
   Este último Trabalho está associado ao signo de Peixes. Hércules viajou, velejando até a ilha numa taça dourada e quando lá chegou, ele subiu até o topo da montanha onde passou a noite em oração. Matou o cão de duas cabeças mas não o pastor. Ele também matou o dono daquelas paragens.
   Aqui está a parte mais bela desta história: Hércules colocou o rebanho inteiro na taça dourada, a mesma que utilizará na vinda, e o levou para a Cidade Sagrada e o ofereceu em sacrifício a Athena, a Deusa da Sabedoria. Esta cidade sagrada consiste de duas cidades ligadas por um belo muro e um portão chamado de Portão do Leão. Depois de que o gado foi entregue, acabou-se o trabalho de Hércules.
   Vamos pensar em Hércules como salvador mundial. Ele vê a humanidade possuída por um monstro, um homem de três cabeças, símbolo de um ser humano com os corpos físicos, emocional e mental unidos. O simbolismos do gado vermelho é claramente o dos desejos inferiores, o desejos sendo sempre uma destacada característica da humanidade. Eles são guardados por um pastor, que é a mente, o cão de duas cabeças, representando os aspectos da matéria e o psiquismo. Está bem claro que Hércules poupou o pastor: a mente ainda pode ser o pastor do gado, mas o cão de duas cabeças, a natureza psíquica emocional e o aspecto material, Hércules matou, o que significa que foram privados de qualquer poder.



Bibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules – Alice A. Bailey

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