quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Escorpião, o 8º Trabalho de Hércules


“A destruição da Hidra de Lerna” - O controle e superação dos desejos. A maior prova


   Conta a lenda que na antiga terra de Argos ocorreu uma seca. Amímona que reinava nessas terras, procurou ajuda de Netuno. Este reconheceu que se batesse numa rocha, e quando isto foi feito, começaram a ocorrer três correntes cristalinas, mas logo uma hidra fez ali sua morada. O Mestre disse a Hércules: “Para além do Rio Amímona, fica o fétido pântano de Lerna, onde está a hidra, uma praga para as redondezas. Nove cabeças tem esta criatura, e uma delas é imortal. Prepara-te para lutar com essa asquerosa fera e não penses que os meios comuns serão de valia; se uma cabeça for destruída, duas aparecerão em seu lugar.”.
   Hércules estava ansioso e antes de partir, seu Mestre ainda lhe disse: “Uma palavra de aconselhamento só, posso dar. Nós nos elevamos nos ajoelhando; conquistamos nos rendendo, ganhamos, dando. Vai ó filho de Deus e filho do homem, e conquista”.
   Chegando ao estagnado pântano de Lerna, que era um charco que desanimava quem dele se aproximasse e cujo mau cheiro poluía toda a atmosfera em um raio de sete milhas. Hércules teve que fazer uma pausa, pois o simples odor por pouco o derrotava. As areias movediças eram uma ameaça e mais uma vez Hércules rapidamente retirou seus pés para não ser sugado para dentro da terra que cedia. Finalmente ele descobriu onde se ocultava a hidra.
   Numa caverna de noite perpétua vivia a fera, porém não se mostrava e Hércules inutilmente vigiava. Recorrendo a um estratagema, ele embebeu suas setas em piche ardente e as despejou diretamente para o interior da caverna em que habitava a horrenda fera. Uma enorme agitação se seguiu e a hidra com suas nove zangadas cabeças emergiu, chicoteando a água e a lama furiosamente. Com três braças de altura, algo tão feio como se tivesse sido feito de todos os piores pensamentos concebidos desde o começo dos tempos.    A hidra atacou, procurando envolver os pés de Hércules que saltou e lhe deu um golpe tão severo que logo decepou uma das cabeças, mas mal a horrorosa cabeça tocou o solo, duas cresceram em seu lugar. Repetidamente Hércules atacou o monstro, mas ele ficava cada vez mais forte. Então Hércules se ajoelhou, agarrou a hidra com suas mãos nuas e a ergueu.
Suspensa no ar sua força diminuiu. De joelhos, então, ele sustentou a hidra no alto, acima dele, para que o ar purificado e a luz pudessem fazer seu efeito. O monstro, forte na escuridão e no lodo, logo perdeu sua força quando os raios de sol e o toque no vento a atingiram. As nove cabeças caíram, mas somente quando elas jaziam sem vida, Hércules percebeu a cabeça mística que era imortal. Ele decepou essa cabeça e a enterrou, ainda sibilante, sob uma rocha.
   Este Trabalho está associado ao signo de Escorpião. O verdadeiro teste de Escorpião nunca tem lugar antes que o estudante fique coordenado, antes que a mente, a natureza emocional e a natureza física estejam funcionando como uma unidade. Então o homem entra em Escorpião onde seu equilíbrio é subvertido, e o desejo parece exagerado, quando ele pensava que se havia livrado dele. Aqui ele descobre que a personalidade não deve ser morta, nem pisoteada, ela deve ser reconhecida como um triplo canal de expressão para três aspectos divinos. Tudo depende se nós usamos a tríplice personalidade para fins egoístas.
   Em Escorpião o Ego está determinado a matar o pequenino ego para ensinar-lhe o significado da ressurreição. Em Escorpião o homem é testado para ver quem vai triunfar., o Eu Superior ou o eu inferior, o real ou o irreal, a verdade ou a ilusão. Foi dito a Hércules que entrasse a hidra de nove cabeças que vivia num fétido e úmido pântano. Este monstro tem sua contraparte que habita nas cavernas da mente, nas regiões subterrâneas do subconsciente, ora calma, ora explodindo em tumultuado frenesi, a fera estabelece morada permanente. Não é fácil descobrir sua existência e lutar contra um inimigo tão formidável, é de fato uma tarefa heroica para o homem. Uma cabeça decepada, e eis que outra cresce em seu lugar. Toda vez que um desejo ou pensamento baixo é eliminado, outro toma seu lugar. Hércules fez três coisas: ele reconhece a existência da hidra, procura pacientemente por ela, e finalmente a destrói. É necessário ter discriminação para reconhecer sua existência, paciência para descobrir sua toca, humildade para trazer os lodosos fragmentos do inconsciente à superfície, e expô-los a luz da sabedoria.
   Enquanto ele lutou no pântano, em meio à lama e às areias movediças, ele foi incapaz de eliminar a hidra. Ele teve que erguer o monstro no ar, isto é, deslocar seu problema para outra dimensão para poder resolvê-lo. Com toda humildade, ajoelhando-se na alma, ele teve de examinar seu dilema à luz da sabedoria e na elevada atmosfera, por mais terrível que possa parece, possui uma joia de grande valor.
   Nenhuma tentativa para dominar a natureza inferior e descobrir aquela joia, jamais será fútil. A cabeça imortal, separada do corpo da hidra, é sepultada sob uma rocha, isto implica que a energia concentrada que cria um problema, permanece, purificada, redirecionada e aumentada após a vitória de ser conquistada. Tal poder deve ser corretamente canalizado e controlado. Sob a rocha da vontade persistente, a cabeça da hidra representa um dos problemas que assaltam a pessoa corajosa que busca conquistar o domínio de si mesmo.
   Três destas cabeças simbolizam os apetites associados com o sexo, o conforto e o dinheiro. Os próximos três dizem respeito as paixões do medo, do ódio e do desejo de poder. As últimas três cabeças representam os vícios da mente não iluminada, orgulho, segregação e crueldade.
   As dimensões das tarefas que Hércules empreendeu são assim claramente aparentes. Ele teve de aprender a arte de transmutar as energias que tão frequentemente precipitam os seres humanos em tragédias. As nove forças que desde os princípios dos tempos trouxeram destruição entre os homens, tiveram que ser redirecionadas e transmutadas.
   Ainda aspiramos à conquista espiritual que Hércules alcançou. Os problemas que surgem do mau uso da energia conhecida como sexual, ocupam nossa atenção a cada instante. O amor ao conforto, à luxúria e as posses externas ainda cresce. A luta pelo dinheiro como um fim em vez de um meio, reduz as vidas de incontáveis homens e mulheres. Assim a tarefa de destruir as primeiras três cabeças continua a desafiar as forças da humanidade, milhares de anos depois de Hércules haver realizado seu extraordinário feito.
   As três qualidades do caráter que Hércules teria que expressar eram a humildade, a coragem e a discriminação. Humildade para ver seu compromisso objetivamente e reconhecer suas falhas, coragem para atacar o monstro que jazia enroscado nas raízes de sua natureza, discriminação para descobrir uma técnica para enfrentar seu inimigo mortal.

Blibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey

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