“Os Pomos de Ouro de Espérides” - O conhecimento de si próprio
Num longínquo país nascia a árvore
sagrada, a árvore da sabedoria, que produzia as maçãs de ouro de
Espérides. Estas frutas eram desejadas por todos os filhos dos
homens, que se reconheciam igualmente como filhos de Deus. Haviam
duas coisas que Hércules conhecia sobre a árvore sagrada: que ela
era carinhosamente guardada por três donzelas, e que um dragão de
cem cabeças protegia as donzelas e a árvore.
Hércules pôs-se a caminho, cheio de
confiança, seguro de si, de sua sabedoria e sua força. Seguiu em
direção ao norte e percorreu a Terra em busca da árvore sagrada,
mas não a encontrou. Perguntava a todos os homens que encontrava,
mas nenhum pode guiá-lo no caminho, nenhum conhecia o lugar. O tempo
passava e ele ainda procurava, vagando de um lado para outro,
frequentemente retornando sobre os próprios passos. Triste e
desencorajado, ainda assim procurava por toda a parte.
Não encontrando a árvore sagrada no
caminho do norte, Hércules partiu para o sul, e no lugar da
escuridão continuou sua busca. Sonhou com um rápido sucesso, mas
Anteu, a serpente, atravessou seu caminho e lutou com ele, vencendo-o a cada investida. “Ela guarda a árvore”, disse Hércules,
“isto me disseram, portanto a árvore deve estar por perto. Preciso
derrubar sua guarda, e assim, destruindo-a, vencê-la e arrancar os
frutos”. Contudo, lutando com todas as forças, ele não a vencia.
“Onde está o meu erro?” Dizia Hércules. “Por que Anteu pode
me vencer? Mesmo quando criança destruí uma serpente em meus braço.
Com minhas próprias mãos a estrangulei. Por que o fracasso agora?”
Lutando com todo o seu poder, ele agarrou a serpente em suas mãos e
levantou-a no ar, longe do chão. E ele conseguiu o seu intento.
Feliz, confiante, seguro de si e com nova coragem, Hércules
continuou sua busca. Agora se voltou para o ocidente, e tomando esta
direção, encontrou o fracasso.
Atirou-se ao terceiro grande teste sem pensar e por muito tempo o fracasso atrasou seus passos. Lá ele encontrou Busires, o grande arqui-enganador, filho das águas e parente de Poseidon. Seu trabalho é trazer a ilusão aos filhos dos homens através de palavras de aparente sabedoria. Ele afirma conhecer a verdade e eles rapidamente acreditam. Ele diz palavras belas: “Eu sou o mestre. A mim é dado o conhecimento da verdade, aceita o meu modo de vida. Só eu sei, ninguém mais. Minha verdade é correta. Qualquer outra verdade é errônea e falsa. Fica comigo e salva-te.” E Hércules obedeceu, e a cada dia enfraquecia em seu caminho anterior, sua força estava minada. Ele amava Busires e aceitava tudo o que ele dizia, tornando-se cada vez mais fraco. Até que chegou o dia em que seu amado mestre o amarrou a um altar, e lá o manteve por um ano inteiro.
Atirou-se ao terceiro grande teste sem pensar e por muito tempo o fracasso atrasou seus passos. Lá ele encontrou Busires, o grande arqui-enganador, filho das águas e parente de Poseidon. Seu trabalho é trazer a ilusão aos filhos dos homens através de palavras de aparente sabedoria. Ele afirma conhecer a verdade e eles rapidamente acreditam. Ele diz palavras belas: “Eu sou o mestre. A mim é dado o conhecimento da verdade, aceita o meu modo de vida. Só eu sei, ninguém mais. Minha verdade é correta. Qualquer outra verdade é errônea e falsa. Fica comigo e salva-te.” E Hércules obedeceu, e a cada dia enfraquecia em seu caminho anterior, sua força estava minada. Ele amava Busires e aceitava tudo o que ele dizia, tornando-se cada vez mais fraco. Até que chegou o dia em que seu amado mestre o amarrou a um altar, e lá o manteve por um ano inteiro.
Repentinamente, um dia, quando lutava
para se libertar, e lentamente percebia quem Busires realmente era,
palavras que ouvira a muito tempo lhe vieram à mente: “A verdade
está dentro de ti mesmo. No teu interior há um poder mais elevado,
força e sabedoria. Volta para teu interior e evoca a força que
existe, o poder que é herança de todos os filhos de Deus”. Com a
força que é a força de todos os filhos de Deus, ele rompeu as
amarras, agarrou o falso mestre e prendeu-o no altar em seu lugar.
Não disse uma palavra, apenar deixou-o lá para que aprendesse. Mais
contido, embora cheio de indignações, Hércules percorreu longas
distâncias sem rumo certo, prosseguindo sua busca. Aprendera muito
durante o ano que passara preso ao altar e agora percorria o Caminho
com maior sabedoria.
Por todos os caminhos a busca
prosseguiu. De norte a sul, de leste a oeste, foi procurada a árvore,
mas não encontrada. Até que um dia, esgotado pela longa viagem, ele
ouviu de um peregrino que passava no caminho, rumores de que perto de
uma montanha distante a árvore seria encontrada, a primeira
afirmação verdadeira que lhe havia sido feita até então. Assim,
ele retrocedeu sobre seus passos em direção às altas montanhas do
leste, e num certo dia, brilhante e ensolarado, ele viu o objeto de
sua busca e então apressou o passo. “Agora tocarei a árvore
sagrada”, gritou em meia à sua alegria, “montarei o dragão que
a guarda”, verei as renomadas virgens e colherei as maçãs”. Mas
novamente foi detido por um sentimento de profunda tristeza. A sua
frente estava Atlas, cambaleante sob o peso do mundo às suas costas.
Sua face estava vincada pelo sofrimento, seus membros vergados pela
dor, seus olhos cerrados em agonia, ele não pedia auxílio, ele não
viu Hércules, apenas lá estava, vincado pela dor, pelo peso dos
mundos. Trêmulo, Hércules observava e avaliava o quanto havia de
peso e de dor. E esqueceu sua busca.
A árvore sagrada e as maçãs
desapareceram de sua mente, e le só pensava como ajudar o gigante e
isto sem demora, correu para ele e animadamente retirou a carga dos
ombros de seu irmão, passando-a para suas próprias costas,
aguentando ele mesmo a carga dos mundos. Cerrou os olhos, enrijecendo
os músculos sob o esforço, e eis que a carga se desprendeu e lá
estava ele livre, como Atlas, diante dele com as mãos estendidas num
gesto de amor, o gigante ofereceu a Hércules as maçãs de ouro. Era
o fim da busca. As virgens trouxeram mais maçãs de ouro e
depositaram em suas mãos e Aegle, a bela virgem que é a glória do
sol poente disse-lhe: “O Caminho que traz a nós é sempre marcado
pelo serviço. Atos de amor são sinalizações do Caminho”. Então,
Eritéia a guardião do portão que todos devem atravessar antes de
se apresentarem diante do Criador, deu-lhe uma maça na qual estava
escrito em lua a palavra de ouro, SERVIÇO. “Lembre-te disto”
disse ela, “jamais te esqueças”. “Vai e serve, e a partir de
hoje e para sempre, palmilha o caminho de todos os servidores do
mundo”. “Então eu devolvo as maçãs para aqueles que virão”,
disse Hércules, e retomou ao lugar de onde viera.
Então ele ouviu a voz de seu Mestre,
que lhe falava pela primeira vez desde que iniciara o Caminho: “Não
houve retardamento, a regra que acelera todo o sucesso na senda
escolhida é aprender a servir”.
Este é o Trabalho do signo de Gêmeos,
relacionado com o trabalho ativo de todo o aspirante no plano físico
à proporção que ele chega a uma compreensão de si mesmo. Antes de
que este trabalho se torne possível, deve haver um ciclo de
pensamento interior e anseio místico, aspiração à visão e um
processo subjetivo desenvolvido, talvez por longo tempo, antes que o
homem, no plano físico, comece o trabalho de unificação de alma e
corpo. Este é o tema deste trabalho. É neste plano físico de
realização, e no trabalho de obter as maçãs de ouro da sabedoria,
que a prova real da sinceridade
do aspirante tem lugar. Um anseio de
ser bom, um profundo desejo de averiguar os fatos da vida espiritual,
esforços pela autodisciplina, oração e meditação, precedem quase
que inevitavelmente, este real e tenaz esforço.
Os visionários precisam se tornar
homens de ação, o desejo tem que ser trazido para o mundo da
concretização, e é nisto que se consiste a prova de Gêmeos. O
plano físico é onde se obtém a experiência e onde as causas, que
foram iniciadas no mundo do esforço mental tem que se manifestar e
alcançar objetividade. É também onde o mecanismo de contato se
desenvolve, onde pouco a pouco, os cinco sentidos se abrem ao ser
humano, novos campos de percepção e lhe oferecem novas esferas de
conquistas e realizações. É o lugar, portanto, onde o conhecimento
é obtido, e onde este conhecimento deve ser transmutado em
sabedoria.
Conhecimento é a busca do sentido,
enquanto a sabedoria é o onisciente e sintético conhecimento da
alma. Contudo, sem compreensão na aplicação do conhecimento, nós
perecemos, pois compreensão é a aplicação do conhecimento sob a
luz da sabedoria aos problemas da vida e à conquista da meta.
Neste Trabalho, Hércules defronta-se
com a tremenda tarefa de aproximar os dois polos de seu ser e
coordenar, ou unificar, alma e corpo, de modo que a dualidade dê
lugar à unidade e os pares de opostos se mesclem.
Bibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey
Bibliografia: Os 12 Trabalhos de Hércules - Alice A. Bailey
Nenhum comentário:
Postar um comentário