“A Captura da Éguas Antropófagas” - O Aprendizado do Controle da Mente
Diomedes, filho de Ares, governa uma
terra de pântanos onde criava éguas e cavalos para a guerra. Os
cavalos eram selvagens e as éguas ferozes, diante dos quais os
homens tremiam, pois elas matavam todos que cruzavam seu caminho e
procriavam sem cessar cavalos extremamente selvagens e perversos.
Hércules recebeu a tarefa de capturar
as malignas éguas e dar fim as suas atrocidades. Para isto Hércules
chamou seu inseparável amigo Abderis. Após planejar seus atos
cuidadosamente, os dois seguiram os cavalos soltos pelo pântano da
região e, finalmente, encurralaram as éguas bravias num campo onde
não havia espaço para que se movessem. Lá ele agarrou-as e
amarrou-as dando gritos de alegria pelo sucesso alcançado. Tão
feliz se sentia que julgou indigno de si conduzir as éguas até
Diomedes e para isto chamou Abderis, lhe deu a tarefa e seguiu
adiante. Mas Abderis era fraco e teve medo. Não conseguiu conter as
éguas que se voltaram contra ele e mataram-no, fugindo em seguida. Hércules retomou à sua tarefa, mais sábio, preso na dor, humilde e
abatido. Procurou os cavalos por toda a parte, deixando o amigo morto
no chão. Prendeu novamente os cavalos e conduziu-os ele mesmo. Mas
Abderis estava morto. Os cavalos foram conduzidos a um lugar de paz
para serem domesticados e adestrados. O povo aclamava Hércules como
libertador e salvador de suas terras. Mas seu amigo estava morto e
Hércules sabia que o 1º Trabalho estava feito, e que havia uma
importante lição a aprender desta tarefa antes de progredir.
Este 1º Trabalho está relacionado ao
signo de Áries que governa a cabeça, portanto é um signo mental.
Todos os começos se originam no plano mental e na mente do criador.
Consequentemente, é em Áries que começa a correta direção e a
correta orientação de Hércules. O cavalo simboliza a atividade
intelectual, o cavalo branco representa a mente iluminada do homem
espiritual, o cavalo negro a mente inferior, com suas imagens falsas
e errôneos conceitos humanos. O significado desta prova agora já
está mais evidente, Hércules tinha que começar no mundo do
pensamento para obter o controle mental. As éguas do pensamento
vinham produzindo cavalos guerreiros, que atreves dos pensamentos
errados, da palavra errada e de ideias errôneas, devastavam os
campos.
Uma das primeiras lições que todo
principiante deve aprender é o tremendo poder que exerce
mentalmente, e a extensão do mal que ele pode causar no meio que o
circunda, através das “éguas reprodutoras da mente”. Por isto
ele tem que aprender o correto uso da sua mente, e a primeira coisa a
fazer é capturar as éguas e providenciar para que não gerem mais
cavalos guerreiros.
Aquele que quer seguir o Caminho, basta
que dedique um único dia para observar os pensamentos, observar que
quase todo o tempo a maldade, o amor à fofoca e a crítica estão
sendo fertilizados pelo egoísmo e a ilusão.
Hércules compreendeu o mal que as
éguas estavam causando e correu em socorro das pessoas, determinado
a capturá-las, porém ele superestimou-se quando não percebeu a
potência e a força que elas possuiam, tanto que as entregou a
Abderis, o símbolo do eu inferior pessoal. Hércules, a alma, e
Abderis a personalidade, juntos eram necessários para guardar as
éguas. Sozinho Abderis não tinha força suficiente, por isto foi
morto.
Assim funciona a Grande Lei, pagamos em
nossas próprias naturezas o preço pelas palavras incorretamente
proferidas e pelas ações mal julgadas. Assim, uma vez mais, a alma
na pessoa de Hércules teve que lidar com o pensamento errôneo, e
somente mais tarde ele consegue realmente atingir o controle total
dos processos de pensamento e de sua natureza.
Bibliografia: Os Trabalhos de Hércules
– Alice A Bailey
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