sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Repensando Astrologia


    

  Um tanto aborrecida com a Astrologia lindinha, como chamava o colega português e grande astrólogo que não está mais entre nós, Antonio Rosa, ando recolhida nos meus escritos. Como bom Mercúrio em Escorpião em trígono com Júpiter e Urano em Câncer, observando, aprofundando até ter definido a melhor abordagem, sempre respeitando as opiniões alheias e suas susceptibilidades, não posso mais me furtar a dizer como vejo tudo isto.
   O posicionamento do Sol nos signos não determina acontecimentos e sim foca o arquétipo/signo, é um caminho, uma orientação, um ciclo que abre possibilidades dentro desta vibração arquetípica. Sol em Aquário com Urano em Áries aponta o melhor período para que se revolucione os assuntos das casas em que temos Aquário e Áries, vivenciando as energias de interação no coletivo e nossas atitudes frente ao convívio, o respeito as diferenças, como nos relacionamos socialmente e todos os assuntos relativos a estes dois arquétipos. Lembro que Astrologia não é adivinhação, é orientação, e muito menos um jeito de darmos nossas opiniões filosóficas, políticas e pessoais, um bom astrólogo tem que ser minimamente isento e olhar o mapa ou os trânsitos que está analisando numa perspectiva humana, diversificada e aberta. Principalmente por dentro do mapa que estamos analisando e não proferir escancaradamente uma série de crendices e repetições de padrões que estão arraigado em nossas formações.
   A Astrologia é uma linguagem aquariana, de ar/pensamento e revolucionária/Urano seu regente, e por isto não serve para reafirmar ideias e opiniões ultrapassadas e estabelecidas no que há de pior na humanidade, serve sim para a evolução e a mudança, para o progresso e para o constante movimento, dos sistemas, da vida. É o progresso e não a defesa do mesmo que já exauriu, terminou, morreu neste ciclo em que Plutão em Capricórnio vem destruindo tudo que acreditávamos ser certo, seguro e imutável. Para isto Urano em Áries em quadratura constante com Plutão, nos indica que precisamos revolucionar nossas atitudes, mas Urano não representa a mudança por livre e espontânea vontade, e sim por pressões, rompimentos, desastres, violência, choques profundos e muitas vezes mortais, e tudo o mais que nos faça evoluir, revolucionar, mudar radicalmente nossas ações, começando no individual e a seguir em ações coletivas, que são as que mudam realmente, de forma definitiva, sem chance para retrocesso.
  Nossas resistências, que podem ser vistas nos posicionamentos da Lua, Vênus e Saturno que transita por Sagitário pelos próximos 2,5 anos (a mão pesada da justiça), e seus aspectos, principalmente, estão sendo pressionadas a evoluir, dentro do arquétipo em que estão posicionadas, e que se movimentam com a evolução da nossa percepção, inteligência e conhecimento, mesmo que dentro deste mesmo tema. Áries/ação, Touro/estruturação, Gêmeos/pensamento etc.
   A Astrologia evolui com a humanidade e nós astrólogos precisamos estar em constante movimento, com o olho no céu e o outro no movimento do coletivo, no que está nascendo, parece que até temos um novo planeta no Sistema Solar, no que já morreu, já era, já foi, que não tem salvação, evoluindo os nossos aconselhamentos, mesmo que alguns se agarrem desesperadamente e acabem dilacerados, normalmente no sistema nervoso, território de Urano, regente da Astrologia e de Aquário e nas estruturas/seguranças que pensávamos ter, território de Capricórnio, que Plutão vem arrasando, limpando o terreno para uma nova forma.
   Estão proliferando doenças mentais, dos ossos, das articulações, do couro cabeludo e de pele e de todos os tipos, Netuno em Peixes e Júpiter em Virgem. A cada dia surge uma nova, e elas são o resultado de resistências, não querer mudar as atitudes de convívio, neste e com o planeta que habitamos e uns com os outros, lembrando que no século passado a ciência se desenvolveu em grande escala, em detrimento do desenvolvimento do pensamento abstrato, território da astrologia.
   Precisamos nos posicionar numa perspectiva progressista, parar de repetir que Lua em Câncer traz amor, a maternidade, a sensibilidade, remetendo para dias idílicos e afetivos, numa perspectiva irreal de bondade e perfeição religiosa, esquecendo que neste ciclo, tudo isto está em oposição a Plutão e quadratura com Urano. E mais ainda, em trígono com Netuno que vem dissolvendo todas as nossas perspectivas religiosas, fantasiosas e ilusórias. Vamos parar de replicar de forma linear o arquétipo/signo, que é só isto, um arquétipo.
   Se somos orientadores precisamos estar na vanguarda, atentos, críticos do que consideramos um saber, pelo menos na perspectiva de aplicar e explicar a nossa ferramenta de orientação. Para isto devemos estar focados não só ao céu mas no que está acontecendo a nossa volta, abrir, interagir, expandir, crescer e progredir, intelectual e pessoalmente.
Texto: Beth Floriano Borba/Facebook


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