Estas qualidades marcianas são as responsáveis pela má fama de Marte, responsabilizado por catástrofes, guerras, genocídios e toda violência que o homem é capaz. Nada mais injusto! Esta é uma interpretação feita pelos antigos, com parco conhecimento científico, recursos escassos de visão de mundo, biologia e física, dominados por dogmas religiosos e polarizados entre o “bem” e o “mal”.
Quando Marte entra em Escorpião proliferam interpretações que ligam este trânsito com tudo que é de mais sórdido e violento dos acontecimentos a nossa volta. Escorpião é o signo relacionado com o sexo, a transmutação e a morte. Marte em Escorpião nos traz esta mira. Sexo/vida, transmutação/mudança profunda e a morte, fim de um ciclo para que outro possa iniciar no constante giro da roda universal. Marte em Escorpião aponta a necessidade premente e inexorável desta transformação, chegou a hora e dela não se passa, sob pena de perder, sofrer e provocar a destruição, nossa e de tudo que nos cerca. Nesta escolha Marte não tem nenhuma responsabilidade, os responsáveis somos nós que esperamos a casa cair para depois repensar os cálculos das fundações.
Marte em Escorpião também representa o poder que existe em todos nós, tanto construtivo como destrutivos. A magia, nem branca e nem negra, só magia, pois a magia é o processo de mudança. Não podemos esquecer a posição de Urano em Áries, signo regido por Marte, que em Escorpião nos remete a necessidade mais que urgente de mudanças radicais nos nossos comportamentos, estes sim responsáveis por tudo que acontece nas nossas vidas, na sociedade e no planeta.
Os trânsitos de Marte por Escorpião só nos lembram disto, traz para a luz o escuro das nossas ações, o que está por trás dos acontecimentos, sem máscaras, sem hipocrisias, cruamente. Nossa primeira atitude não pode ser culpar Marte em Escorpião, ele só marca um ciclo em que o que está escondido na caixinha do não politicamente correto vem a tona, na sua forma mais visceral e catastrófica, como se nos disse: Este é o mundo que criaram e ele está ruindo. Será necessário repensar valores, teorias e crenças.
Se fosse o caso de “culpar” alguém pela destruição a nossa volta seria o posicionamento de Plutão, regente de Escorpião, em Capricórnio desde 2008, que vem pulverizando cidadelas intransponíveis de poder, sistemas econômicos baseados nos lucros amorais de poucos em prol da miséria absoluta de muitos, desmascarando cidadelas morais e religiosas, sistemas políticos falidos que potencializam reações de uma humanidade mais informada e consciente.
Neste ciclo de Marte em Escorpião devemos observar vulcões em erupção, trazendo o obscuro do humano na sua maior sordidez, tratamento de choque para que quando ingressar em Sagitário, fazer trígono com Urano em Áries e Júpiter em Leão, possamos reformular as regras e leis que nos norteiam no convívio com nossos pares no planeta.
Cientistas nos avisam que o planeta está passando por uma extinção em massa de espécies (Revista Science), e os responsáveis somos nós. Precisamos repensar nosso comportamento em relação a todas as coisas que nos cercam, e isto não é culpa de Marte, quer seja em Escorpião ou em qualquer outro signo, ele só aponta o ciclo universal que traz para a superfície o que colocamos embaixo do tapete, recusamos ver, e que quando colocados em xeque pelos acontecimentos preferimos encontrar um bode expiatório, um responsável. O velho hábito de terceirizar responsabilidades, delegar e não se comprometer. Só que em ciclo de Marte em Escorpião isto não é possível.
Quem nasce com Marte em Escorpião é direto e visceral. Podem ser vistos como intratáveis e violentos, o que me faz lembrar da frase de Bertold Brecht: “ Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”.
Possuem enorme capacidade de regeneração e transformação. Misteriosos, fortes, dominadores e persuasivos. Precisam atentar para não se tornarem excessivamente individualistas e autoritários, simplesmente impor sua posição, embora tenham visão aprofundada, o que não justifica, anular ou não aceitar pessoas que estejam aquém das suas expectativas.
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